
MOVIMENTO ALÉM DO CARIMBO
Com a necessidade de romper com a lógica da saúde como linha de produção, precisamos antes reconhecer e reafirmar que não somos meros carimbos. Aqui, defendemos uma prática em saúde sem pressa, que humanize os profissionais e, consequentemente, as pessoas atendidas. Precisamos de espaços para questionar e construir uma forma de cuidar mais ética, mais coerente e, sobretudo, mais reflexiva.
E como muita coisa não cabe em stories de 15 segundos, o Podcast Além do Carimbo veio como possibilidade de aprofundar nos debates e construir um formigueiro com muitos túneis.
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Eu já achei que estava fazendo “trabalho de formiguinha”, enquanto, na verdade, estava só sobrecarregada.
Mas eu gosto de pensar que somos, sim, como formigas: trabalhamos em rede, com funções bem definidas e sem hierarquia.
O trabalho de formiguinha é o cuidado que se faz no detalhe, na constância, na escuta e na construção de vínculos. É silencioso, mas é sustentável.
A formigona carrega mais do que deveria. O peso que deveria ser dividido recai sobre uma só. É quem parece dar conta... até não dar mais, até ficar exausta e fraca. Parece familiar?
Por isso, o que a gente quer — e precisa — é o formigueiro: rede, apoio, túneis, encontros, construção compartilhada. É nele que o cuidado cria caminhos, ganha sentido e se multiplica.
O que é Medicina de Família e Comunidade?
É uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. Atende todas as pessoas, independentemente da idade, gênero, orientação sexual, raça ou classe social. Além de prevenir problemas de saúde, resolve as principais questões quando elas aparecem.
Seu diferencial está no acompanhamento contínuo de pessoas, famílias e territórios, com uma abordagem integral. Nenhum paciente é apenas uma parte do corpo — cada pessoa é um todo, e suas questões de saúde estão sempre interligadas. Por isso, essa especialidade é fundamental na coordenação do cuidado.
O atendimento é amplo e completo: pré-natal, puericultura, saúde mental, saúde da mulher, doenças crônicas, problemas agudos, pequenos procedimentos, visitas domiciliares, cuidados paliativos, práticas integrativas, rastreamento, prevenção e promoção da saúde — tudo o que for importante para a pessoa.
Com capacidade para atender a maioria das demandas, a Medicina de Família e Comunidade é resolutiva, acolhedora, integral e acessível.
A medicina que eu acredito
Eu acredito no cuidado, no acompanhamento ao longo do tempo e na integralidade. Acredito que cada pessoa é única e que a saúde deve considerar todos os aspectos presentes na vida para a abordagem correta.
Eu acredito que todo mundo merece ter uma Médica de Família e Comunidade para chamar de sua! Que é preciso pensar em saúde de uma forma ampliada e focada na qualidade de vida.
Acredito que a prevenção de doenças e a promoção à saúde devem ser o foco do cuidado nos seus diferentes níveis: prevenção primária, secundária, terciária, quaternária e quinquenária. E que as decisões devem ser compartilhadas!
Eu acredito na educação em saúde e que a maior especialista sobre si mesma é a própria pessoa. Acredito na prática centrada na pessoa e na saúde humanizada, multiprofissional, coordenada e sem pressa!
Eu acredito no cuidado, no contato e na comunicação!
MEUS COMPROMISSOS
Minha prática médica é guiada por valores que promovem justiça, respeito e inclusão. Acredito que cuidar vai muito além da clínica: é também combater opressões como o racismo, o capacitismo, a gordofobia, e defender o feminismo e a transinclusividade.
Reconheço as diversidades e acredito na centralidade da pessoa, defendendo o direito universal à saúde pública e de qualidade.
Por isso, meus pilares — feminismo, antirracismo, anti-gordofobia, transinclusividade, anticapacitismo, anticapitalismo, centralidade na pessoa e defesa do SUS — são a base de uma medicina acolhedora, justa e transformadora.